As imunidades parlamentares são instrumentos jurídicos que visam proteger a atuação dos parlamentares no exercício do mandato, impedindo que sejam perseguidos politicamente ou criminalizados por suas opiniões e votos. No entanto, essas imunidades não são absolutas, e há limites que devem ser observados para garantir o bom funcionamento da democracia. Neste artigo, vamos explorar os conceitos e exemplos das imunidades parlamentares no direito penal.
Conceitos fundamentais das imunidades parlamentares
As imunidades parlamentares estão previstas na Constituição Federal de 1988 e compõem um conjunto de garantias institucionais que visam proteger o livre exercício do mandato parlamentar e garantir a independência do Poder Legislativo em relação aos demais poderes. As principais imunidades parlamentares são a inviolabilidade, a imunidade material e a imunidade formal.
A inviolabilidade parlamentar, prevista no artigo 53 da Constituição Federal, garante aos parlamentares a liberdade de expressão no exercício do mandato, protegendo-os de qualquer tipo de processo judicial ou administrativo por opiniões, palavras e votos emitidos em função de suas atribuições parlamentares. Essa imunidade é absoluta e não admite exceções, salvo em casos de crimes inafiançáveis e de flagrante delito, nos termos do artigo 53, §2º da Constituição Federal.
Já a imunidade material, prevista no artigo 53, §1º da Constituição Federal, garante aos parlamentares a inviolabilidade penal no exercício do mandato, ou seja, eles não podem ser presos ou processados criminalmente, salvo em casos de flagrante delito por crime inafiançável. Além disso, a imunidade material se estende aos atos praticados fora do exercício do mandato, desde que estejam relacionados com a atividade parlamentar.
Por fim, a imunidade formal, prevista no artigo 53, §7º da Constituição Federal, garante aos parlamentares o direito de não serem presos ou processados criminalmente por qualquer motivo durante as sessões legislativas, exceto em casos de flagrante delito por crime inafiançável.
Exemplos de aplicação das imunidades parlamentares
Para entender melhor as imunidades parlamentares, vamos apresentar dois exemplos de sua aplicação.
O primeiro exemplo diz respeito à inviolabilidade parlamentar. Em 2017, o então deputado federal Jean Wyllys foi acusado de ter proferido injúrias contra o deputado Jair Bolsonaro em uma entrevista para a TV. Após uma denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Wyllys argumentou que as declarações faziam parte do exercício da liberdade de expressão do parlamentar, e que, portanto, estavam protegidas pela inviolabilidade parlamentar. O STF acatou a argumentação e arquivou a denúncia, reconhecendo a proteção constitucional da liberdade de expressão dos parlamentares.
O segundo exemplo diz respeito Limitações das imunidades parlamentares
Apesar de as imunidades parlamentares terem o objetivo de proteger o livre exercício do mandato dos parlamentares, elas não são absolutas e podem ser limitadas em determinadas circunstâncias. Vejamos a seguir algumas dessas limitações:
Flagrante de crime inafiançável: Se um parlamentar for pego em flagrante cometendo um crime inafiançável, ele poderá ser preso imediatamente, independentemente de autorização da casa legislativa correspondente.
Sentença penal transitada em julgado: Caso um parlamentar seja condenado em definitivo por um crime, ele perderá automaticamente seu mandato, não podendo a casa legislativa em que ele atua protegê-lo.
Quebra de decoro parlamentar: As imunidades parlamentares não protegem os parlamentares de processos por quebra de decoro parlamentar, que são julgados pelas casas legislativas correspondentes.
Prisão cautelar: Um parlamentar pode ser preso preventivamente, desde que a prisão seja decretada por um juiz competente e esteja fundamentada em elementos concretos que indiquem a necessidade da medida. Nesse caso, a casa legislativa correspondente deverá ser informada imediatamente da prisão, para que possa avaliar a necessidade de manter ou não a prisão.
Conclusão
As imunidades parlamentares são um instrumento importante para garantir o livre exercício do mandato dos parlamentares, protegendo-os de eventuais retaliações políticas. No entanto, é necessário que essas imunidades sejam interpretadas de maneira adequada, de forma a não comprometer a aplicação da lei penal e a justiça como um todo. As limitações das imunidades parlamentares garantem que os parlamentares não estejam acima da lei, mas devem ser utilizadas de maneira prudente e sempre em prol da democracia e da defesa dos interesses da população.
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