No sistema penal brasileiro, a mulher é um grupo vulnerável que demanda atenção especial, sobretudo no que diz respeito ao cumprimento da pena privativa de liberdade. O regime especial para o cumprimento da pena pela mulher é uma medida que busca garantir que as suas particularidades sejam consideradas e respeitadas, de forma a não agravar ainda mais a sua situação de vulnerabilidade.
Neste artigo, vamos abordar os principais aspectos relacionados ao regime especial para o cumprimento de pena pela mulher, incluindo as suas particularidades e os desafios para a sua efetivação.
Particularidades do regime especial para o cumprimento de pena pela mulher
O regime especial para o cumprimento de pena pela mulher leva em consideração as suas particularidades biológicas, psicológicas e sociais, de forma a garantir que o cumprimento da pena seja mais humanizado e respeite os direitos fundamentais da mulher. Entre as particularidades consideradas pelo regime especial, podemos citar:
- Adaptações na infraestrutura das unidades prisionais
A infraestrutura das unidades prisionais deve ser adaptada às necessidades específicas das mulheres, de forma a garantir o acesso a espaços adequados para a higiene pessoal, atendimento médico ginecológico e obstétrico, creches para as mães com filhos menores, entre outros.
- Proteção contra a violência sexual e de gênero
As mulheres estão mais vulneráveis à violência sexual e de gênero dentro do sistema prisional. Por isso, é importante que sejam adotadas medidas de proteção, como a separação das detentas por grau de periculosidade, a capacitação dos agentes penitenciários para identificação e prevenção da violência de gênero, e o acesso a atendimento psicológico especializado.
Desafios para a efetivação do regime especial para o cumprimento de pena pela mulher
Embora o regime especial para o cumprimento de pena pela mulher seja uma medida importante para garantir o respeito aos direitos das mulheres no sistema penal, ainda existem desafios a serem enfrentados para a sua efetivação. Dentre os principais desafios, podemos citar:
- Falta de estrutura adequada nas unidades prisionais
Embora seja prevista a adaptação da infraestrutura das unidades prisionais às necessidades das mulheres, muitas unidades ainda não contam com as condições necessárias para garantir o cumprimento do regime especial, o que pode levar a uma violação dos direitos das detentas.
- Falta de capacitação dos agentes penitenciários
A capacitação dos agentes penitenciários é fundamental para garantir que as mulheres detentas sejam tratadas com respeito e dignidade. No entanto, muitos agentes ainda não estão preparados para lidar com as particularidades das detentas, o que pode levar a situações de violência e desrespeito.
Além disso, o regime semiaberto para mulheres tem peculiaridades em relação ao trabalho externo. É permitido o trabalho externo em horário diurno, desde que a atividade laboral seja compatível com as condições pessoais da apenada e com as peculiaridades do estabelecimento prisional. Também é possível a concessão de saídas temporárias, desde que preenchidos os requisitos legais.
Exemplo 1: Regime Semiaberto
Uma mulher foi condenada a 6 anos de reclusão por tráfico de drogas. Ela cumpriu 1/6 da pena no regime fechado e teve seu pedido de progressão para o regime semiaberto deferido. Ela foi encaminhada para um presídio feminino que oferecia atividades educacionais e de qualificação profissional. Após um período de adaptação, ela conseguiu um emprego externo em uma empresa de confecções, que lhe permitia retornar ao presídio à noite. Ela conseguiu a redução da pena pela participação nas atividades educacionais oferecidas pelo presídio e, ao final do cumprimento da pena, foi reintegrada à sociedade com uma profissão e apta a recomeçar sua vida.
Exemplo 2: Saída Temporária
Uma mulher foi condenada a 10 anos de reclusão por homicídio doloso. Ela cumpriu 2 anos da pena no regime fechado e, por apresentar bom comportamento, teve direito a saídas temporárias para visitar sua família. Durante uma dessas saídas, ela se envolveu em uma briga e acabou agredindo uma pessoa. Por conta disso, teve sua saída temporária revogada e teve que cumprir um período de isolamento em uma cela disciplinar. Após esse período, ela voltou a ter direito às saídas temporárias, mas dessa vez teve um comportamento exemplar e conseguiu cumprir a pena sem maiores problemas.
Conclusão
O regime especial para o cumprimento de pena pela mulher no direito penal é uma importante medida que busca garantir a proteção da integridade física e psicológica das detentas, bem como assegurar a igualdade de gênero no sistema prisional. Embora ainda haja muitos desafios a serem enfrentados nessa área, é fundamental que sejam criadas políticas públicas que visem à ressocialização e à reintegração social das mulheres em situação de privação de liberdade.
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