As leis temporárias e excepcionais são previstas pela Constituição Federal como uma forma de flexibilizar o ordenamento jurídico em situações extraordinárias. No entanto, a aplicação dessas leis deve ser feita com cuidado, especialmente no âmbito do direito penal, uma vez que envolve a restrição de direitos fundamentais dos cidadãos. Neste artigo, vamos explorar a constitucionalidade das leis temporárias e excepcionais no direito penal e apresentar exemplos para explicar cada conceito.
Leis Temporárias no Direito Penal
As leis temporárias são aquelas que possuem prazo de vigência determinado. Elas são previstas pela Constituição Federal como uma forma de adaptação do ordenamento jurídico a situações transitórias e excepcionais. No direito penal, as leis temporárias podem ser aplicadas em situações como guerra, calamidade pública, estado de sítio ou estado de defesa.
Um exemplo de lei temporária no direito penal é a Lei nº 7.170/1983, conhecida como Lei de Segurança Nacional. Ela foi criada durante o período da ditadura militar no Brasil e tinha como objetivo proteger a segurança do Estado contra ameaças internas e externas. A lei foi revogada em 2021, após muitos debates sobre sua constitucionalidade e sobre a necessidade de sua existência em um Estado democrático de direito.
Outro exemplo de lei temporária no direito penal é a Lei nº 9.613/1998, que trata dos crimes de lavagem de dinheiro. Ela foi criada para combater a prática de lavagem de dinheiro no país e possui prazo indeterminado de vigência. A lei tem sido considerada uma importante ferramenta para o combate à corrupção e ao crime organizado.
Leis Excepcionais no Direito Penal
As leis excepcionais são aquelas que permitem a adoção de medidas extraordinárias para lidar com situações emergenciais. Elas podem ser aplicadas em situações como estado de guerra, comoção interna ou calamidade pública. No direito penal, as leis excepcionais podem ser usadas para lidar com situações como a ocorrência de crimes graves que coloquem em risco a segurança da população.
Um exemplo de lei excepcional no direito penal é a Lei nº 7.960/1989, que trata da prisão temporária. Ela foi criada para permitir a prisão de suspeitos de envolvimento em crimes graves por um período de até cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias. A lei tem sido considerada uma importante ferramenta para a investigação e punição de crimes graves, mas seu uso deve ser limitado a situações excepcionais.
Outro exemplo de lei excepcional no direito penal é a Lei nº 11.343/2006, que trata das drogas ilícitas. Ela permite a adoção de medidas excepcionais para lidar com o tráfico de drogas, como a prisão preventiva e a interceptação telefônica. No entanto, a lei tem sido alvo de críticas por sua aplicação desproporcional, especialmente em relação às populações mais vulneráveis
A Constitucionalidade das Leis Temporárias e Excepcionais no Direito Penal
A Constituição Federal de 1988 e a Constituição Estadual do Rio de Janeiro preveem a possibilidade de criação de leis temporárias e excepcionais em casos de necessidade e urgência. No entanto, é preciso avaliar a constitucionalidade dessas leis, especialmente no que se refere ao respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.
É importante ressaltar que a criação de leis temporárias e excepcionais não pode ferir princípios fundamentais do Estado de Direito, como a igualdade perante a lei, a liberdade, a inviolabilidade do direito à vida e à integridade física e moral, a propriedade, entre outros.
Assim, é necessário que essas leis sejam criadas com o objetivo de atender a necessidades específicas e emergenciais, e que tenham prazo determinado de vigência. Além disso, devem ser acompanhadas de medidas que garantam a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos, bem como a preservação dos valores constitucionais.
Conclusão
As leis temporárias e excepcionais são uma forma de adaptar o ordenamento jurídico a situações emergenciais e extraordinárias. No entanto, sua criação e aplicação devem ser avaliadas cuidadosamente, especialmente no que se refere ao respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.
É importante lembrar que as leis temporárias e excepcionais devem ser criadas com o objetivo de atender a necessidades específicas e emergenciais, e que devem ter prazo determinado de vigência. Além disso, devem ser acompanhadas de medidas que garantam a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos e a preservação dos valores constitucionais.
Os exemplos apresentados neste artigo ilustram a importância das leis temporárias e excepcionais no direito penal, mas também demonstram a necessidade de avaliar sua constitucionalidade e limitar seu uso a situações excepcionais e emergenciais.
Este é um dos tópicos chave que costumam ser cobrados na primeira etapa da prova OAB.
Sem dúvida é um tópico que não pode faltar na sua preparação para a OAB.
Quer saber como acertar esse tema, e muitos outros na prova da OAB? Participe da nossa aula GRATUITA e aprenda como passar na oab focando nos temas que são mais cobrados!
Você vai aprender os principais erros que os examinados cometem (e que você NÃO PODE cometer), vai aprender os pilares para a aprovação na OAB, e muito mais.
Então aproveite, participe dessa aula gratuita! Clique no botão abaixo e se inscreva:
Para ler mais artigos de direito, acompanhe as demais postagens aqui no blog.