Perseguição: A Violência Invisível Contra a Liberdade Pessoal
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Perseguição: A Violência Invisível Contra a Liberdade Pessoal

Direito

Perseguição A Violência Invisível Contra a Liberdade Pessoal

No âmbito do Direito Penal, a liberdade pessoal é um direito fundamental garantido a todos os indivíduos. No entanto, existem condutas que ameaçam esse direito e são consideradas crimes contra a liberdade pessoal. Um desses crimes é a perseguição, também conhecida como stalking. Neste artigo, exploraremos em detalhes o conceito de perseguição, sua tipificação no ordenamento jurídico e analisaremos dois exemplos emblemáticos para compreender melhor essa prática criminosa.

Conceituando a Perseguição

A perseguição, de acordo com o Código Penal Brasileiro, consiste em uma conduta reiterada que causa medo, angústia ou intranquilidade à vítima, invadindo sua esfera de privacidade e colocando em risco sua liberdade pessoal. É importante destacar que a perseguição pode ocorrer tanto no ambiente físico como no virtual, tornando-se uma ameaça constante e perturbadora para a vítima.

Esse crime é caracterizado por comportamentos obsessivos, como seguir a vítima, fazer contato constante e indesejado por meio de ligações, mensagens, e-mails ou redes sociais, além de espionar suas atividades diárias. O intuito principal do perseguidor é exercer controle e causar um impacto psicológico negativo na vida da pessoa perseguida.

A Tipificação da Perseguição no Direito Penal

No Brasil, a perseguição é tipificada no Código Penal, em seu artigo 147-A, acrescentado pela Lei nº 13.641/2018. Segundo essa legislação, é crime "perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade".

A pena prevista para esse crime varia de 6 meses a 2 anos de prisão, podendo ser aumentada em até metade se o crime for cometido contra criança, adolescente, idoso ou contra alguém por quem o agente mantém ou manteve uma relação afetiva.

Exemplo 1: Perseguição Física - Um exemplo prático de perseguição física pode ser o caso de Ana e Paulo. Ambos trabalham na mesma empresa, mas não possuem qualquer tipo de relacionamento fora do ambiente de trabalho. Paulo, secretamente apaixonado por Ana, começa a segui-la todos os dias após o expediente, mesmo que ela vá para lugares particulares, como academias ou residência de familiares. Ele também a espera próximo ao local onde ela trabalha, causando um intenso desconforto e medo em Ana, que se sente vigiada constantemente.

Esse exemplo retrata a perseguição física, onde o agente age diretamente no ambiente da vítima, invadindo sua privacidade e limitando sua liberdade de ir e vir. Essa situação configura o crime de perseguição, pois Paulo age reiteradamente e ameaça a integridade psicológica de Ana.

Exemplo 2: Perseguição Virtual - A perseguição virtual é uma forma cada vez mais comum desse crime, especialmente com o avanço da tecnologia e das redes sociais. Imagine o caso de Pedro e Júlia, que terminaram um relacionamento de forma conturbada. Mesmo após o término, Pedro não aceita o fim do relacionamento e passa a enviar inúmeras mensagens ameaçadoras para Júlia através das redes sociais. Além disso, Pedro cria perfis falsos para monitorar a vida virtual de Júlia, gerando medo e ansiedade nela.

Essa prática invade a privacidade de Júlia e afeta negativamente sua liberdade pessoal, configurando um caso claro de perseguição virtual.

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Consequências da Perseguição

A perseguição é uma conduta criminosa que pode trazer consequências devastadoras para a vítima, afetando não apenas sua saúde mental e emocional, mas também sua vida social, profissional e familiar. Algumas das principais consequências da perseguição são:

  • Impacto na Saúde Mental: A vítima de perseguição frequentemente enfrenta altos níveis de estresse, ansiedade e medo constante. A sensação de estar constantemente vigiada pode levar a transtornos psicológicos, como depressão e síndrome do pânico.
  • Prejuízo às Relações Sociais: A perseguição pode levar a vítima a se isolar socialmente, com receio de que o perseguidor possa entrar em contato com seus amigos e familiares ou utilizar informações obtidas para prejudicá-la.
  • Danos Profissionais e Financeiros: Em casos mais extremos, a perseguição pode impactar negativamente a vida profissional da vítima, causando absenteísmo no trabalho, redução da produtividade e até perda do emprego.
  • Violência Física: Em algumas situações, a perseguição pode evoluir para comportamentos mais violentos, colocando a vítima em risco de agressão física e até mesmo de morte.

Medidas de Prevenção e Proteção

É fundamental que a sociedade, órgãos governamentais e instituições atuem em conjunto para prevenir e combater a perseguição. Algumas medidas de prevenção e proteção incluem:

  • Conscientização e Educação: Promover campanhas de conscientização sobre os riscos e as consequências da perseguição é essencial para que as pessoas compreendam a seriedade desse crime e saibam identificar quando estão sendo vítimas ou testemunhas.
  • Legislação Adequada: É necessário que a legislação esteja atualizada e preveja punições proporcionais aos crimes de perseguição. Além disso, as leis devem oferecer medidas protetivas eficazes para as vítimas.
  • Acesso a Recursos de Ajuda: Disponibilizar canais de denúncia e suporte psicológico para as vítimas de perseguição é fundamental para encorajá-las a buscar ajuda e apoio.
  • Integração das Instituições: É essencial que as instituições, como a polícia, o poder judiciário e os órgãos de assistência social, trabalhem em conjunto para agir prontamente quando casos de perseguição forem relatados.

Conclusão

A perseguição é uma violação grave da liberdade pessoal e um crime que causa danos emocionais, psicológicos e sociais às suas vítimas. A sociedade como um todo deve reconhecer a importância de proteger o direito à liberdade pessoal e combater ativamente essa prática criminosa.

Por meio de uma legislação adequada, conscientização da população, recursos de apoio e uma atuação integrada das instituições, é possível enfrentar e prevenir a perseguição. É responsabilidade de todos zelar pelo bem-estar e segurança de cada indivíduo, assegurando que a liberdade pessoal seja preservada como um direito inalienável de cada ser humano.

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About the Author

Me chamo Mariana Carvalho, sou advogada, professora de Direito e autora publicada pela Editora Juspodivm. Eu te ajudo a passar na OAB!

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