Liberdade de expressão: imunidade parlamentar absoluta
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Liberdade de expressão: imunidade parlamentar absoluta

Direito

Imunidade Parlamentar

A imunidade parlamentar absoluta é um conceito jurídico que protege a liberdade de expressão dos parlamentares no exercício de suas funções legislativas. Essa proteção é uma das garantias fundamentais previstas na Constituição Federal de 1988, que tem como objetivo garantir a independência do Poder Legislativo e a preservação da democracia.

Neste artigo, iremos analisar o conceito de imunidade parlamentar absoluta, suas implicações no Direito Penal e apresentar exemplos práticos para elucidar melhor o tema.

Imunidade Parlamentar Absoluta: Definição e Fundamentos

A imunidade parlamentar absoluta é uma prerrogativa conferida aos parlamentares, que consiste na proteção de suas opiniões, palavras e votos no exercício de suas funções. Ou seja, os parlamentares não podem ser responsabilizados criminalmente por suas opiniões e votos no Congresso Nacional.

Essa garantia é fundamentada em dois princípios constitucionais: a independência dos Poderes e a liberdade de expressão. A independência dos Poderes é um dos pilares do Estado Democrático de Direito e impede que um Poder interfira nas atividades de outro. Já a liberdade de expressão é uma das principais garantias individuais previstas na Constituição Federal e assegura que todos os cidadãos tenham direito a se expressar livremente, sem censura ou repressão.

No caso dos parlamentares, a imunidade parlamentar absoluta é uma proteção necessária para que eles possam exercer suas funções com independência e autonomia, sem serem perseguidos ou processados por suas opiniões e votos. Além disso, a imunidade também é uma forma de garantir que os interesses da sociedade sejam representados sem qualquer tipo de coação ou intimidação.

Imunidade Parlamentar Absoluta: Implicações no Direito Penal

A imunidade parlamentar absoluta tem algumas implicações importantes no âmbito do Direito Penal. Em primeiro lugar, ela impede que os parlamentares sejam processados criminalmente por suas opiniões e votos no Congresso Nacional. Isso significa que, mesmo que um parlamentar faça um discurso ou vote a favor de uma medida considerada criminosa, ele não poderá ser responsabilizado criminalmente por isso.

No entanto, é importante ressaltar que a imunidade parlamentar absoluta não é uma licença para a prática de crimes ou a incitação à violência. Se um parlamentar cometer um crime fora do Congresso Nacional, ele poderá ser processado e condenado normalmente, como qualquer outro cidadão.

Além disso, a imunidade parlamentar absoluta também não protege os parlamentares de processos civis ou administrativos. Ou seja, se um parlamentar cometer uma infração civil ou administrativa, ele poderá ser processado e condenado por isso.

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Exemplos Práticos: Imunidade Parlamentar Absoluta no Brasil

Para entender melhor o conceito de imunidade parlamentar absoluta, vamos analisar dois exemplos práticos no Brasil:

Exemplo 1: Caso Jean Wyllys

Jean Wyllys é um ex-deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Em 2016, durante uma sessão na Câmara dos Deputados, Wyllys cuspiu em direção ao deputado Jair Bolsonaro, que na época era seu adversário político.

Apesar de ter gerado grande polêmica e indignação na época, Jean Wyllys não foi processado criminalmente pelo episódio. Isso porque a imunidade parlamentar absoluta garante que os parlamentares não sejam processados por suas opiniões e votos no Congresso Nacional.

No entanto, é importante ressaltar que, após o ocorrido, Jean Wyllys foi alvo de uma série de ameaças e intimidações, o que o levou a renunciar ao mandato de deputado federal em 2019 e se exilar do Brasil.

Exemplo 2: Caso Delcídio do Amaral

Delcídio do Amaral foi um senador pelo estado do Mato Grosso do Sul e líder do governo no Senado durante o governo Dilma Rousseff. Em 2015, ele foi preso pela Polícia Federal acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

No entanto, Delcídio do Amaral tinha imunidade parlamentar e só pôde ser preso após autorização do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que o senador poderia ser processado criminalmente por suas ações fora do Congresso Nacional.

Esse caso ilustra bem a distinção entre imunidade parlamentar absoluta e relativa. A imunidade parlamentar relativa é uma garantia que protege os parlamentares de serem presos durante o exercício de suas funções legislativas, enquanto a imunidade parlamentar absoluta protege a liberdade de expressão dos parlamentares.

Conclusão

A imunidade parlamentar absoluta é uma garantia fundamental prevista na Constituição Federal que protege a liberdade de expressão dos parlamentares no exercício de suas funções legislativas. Essa proteção é essencial para garantir a independência do Poder Legislativo e a preservação da democracia.

No entanto, é importante ressaltar que a imunidade parlamentar absoluta não é uma licença para a prática de crimes ou a incitação à violência. Os parlamentares continuam sujeitos a processos civis e administrativos, e também podem ser responsabilizados criminalmente por suas ações fora do Congresso Nacional.

É preciso equilibrar a proteção da liberdade de expressão dos parlamentares com a necessidade de garantir a responsabilização dos representantes políticos por seus atos. A imunidade parlamentar absoluta é uma proteção necessária para a democracia, mas não pode ser usada como um escudo para a impunidade.

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About the Author

Me chamo Mariana Carvalho, sou advogada, professora de Direito e autora publicada pela Editora Juspodivm. Eu te ajudo a passar na OAB!

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