Eficácia da sentença estrangeira no direito penal: aprenda tudo!
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Eficácia da sentença estrangeira no direito penal

Direito Penal

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A globalização e a crescente circulação de pessoas ao redor do mundo têm levado a um aumento no número de processos criminais com implicações transnacionais. Quando um indivíduo comete um crime em um país e foge para outro, ou quando uma atividade criminosa ocorre em vários países, pode haver a necessidade de reconhecimento e execução de sentenças estrangeiras no direito penal.

Nesse contexto, é importante entender como funciona a eficácia da sentença estrangeira no direito penal, quais são os requisitos e as condições para seu reconhecimento e execução no Brasil, bem como quais são os limites e as exceções aplicáveis.

Reconhecimento da sentença estrangeira no direito penal

O reconhecimento da sentença estrangeira no direito penal é regulamentado pelo Código de Processo Penal brasileiro e pelos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. A decisão sobre o reconhecimento da sentença estrangeira é uma questão de competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão responsável pela análise dos pedidos de homologação de sentenças estrangeiras.

Para que a sentença estrangeira seja reconhecida no Brasil, é necessário que sejam cumpridos determinados requisitos, como a observância do devido processo legal no país de origem da sentença, a dupla tipicidade (isto é, a verificação de que o crime pelo qual o indivíduo foi condenado no exterior também é um crime no Brasil) e a inexistência de coisa julgada no Brasil em relação ao mesmo fato.

Execução da sentença estrangeira no direito penal

Uma vez reconhecida a sentença estrangeira, é possível proceder à sua execução no Brasil. Nesse caso, é importante lembrar que a execução não se refere a uma nova análise do caso, mas sim à aplicação da decisão já tomada no país de origem da sentença.

Para a execução da sentença estrangeira, é necessária a apresentação de uma cópia autenticada da sentença e a comprovação de que a pena imposta na sentença já foi cumprida, ou de que as autoridades do país de origem da sentença estão acompanhando o cumprimento da pena pelo indivíduo.

Limites e exceções aplicáveis

Apesar do reconhecimento e da execução de sentenças estrangeiras serem possíveis no Brasil, há limites e exceções que devem ser considerados. Em primeiro lugar, é importante lembrar que a soberania do país é um fator relevante na decisão sobre o reconhecimento e a execução de sentenças estrangeiras.

Além disso, há situações em que a execução da sentença estrangeira pode ser contrária aos princípios constitucionais brasileiros, como no caso de condenações por crimes políticos ou religiosos, por exemplo. Também é importante ressaltar que, em caso de conflito entre a sentença estrangeira e a legislação brasileira, a última deve prevalecer.

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Alcance da Eficácia da Sentença Estrangeira

O alcance da eficácia da sentença estrangeira no direito penal é um tema relevante, especialmente na atualidade, em que as relações internacionais e as transações comerciais entre países têm aumentado de forma significativa. Em linhas gerais, a eficácia da sentença estrangeira ocorre quando um país reconhece e executa uma decisão penal proferida em outro país.

No entanto, há questões legais a serem consideradas para que a eficácia da sentença estrangeira seja plenamente efetivada. Nesse sentido, é importante destacar alguns aspectos que envolvem a questão.

Reconhecimento e Execução da Sentença Estrangeira

O reconhecimento e execução da sentença estrangeira são processos diferentes e que devem ser analisados separadamente. O reconhecimento consiste em admitir que uma sentença estrangeira tem validade e é vinculativa no país em que se pretende executá-la. Já a execução é o cumprimento da sentença estrangeira, ou seja, a aplicação efetiva da decisão condenatória proferida em outro país.

O reconhecimento da sentença estrangeira depende da observância de requisitos legais específicos que variam de acordo com cada país. No Brasil, por exemplo, a sentença estrangeira deve ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que tenha validade e eficácia em território brasileiro.

Já a execução da sentença estrangeira no Brasil depende da existência de tratados de cooperação jurídica entre os países envolvidos. Quando não há tratados, é necessário realizar um pedido de cooperação jurídica internacional, que é regulamentado pela Lei de Cooperação Jurídica Internacional (Lei nº 13.445/2017). O processo de execução da sentença estrangeira deve seguir os procedimentos legais previstos na legislação brasileira.

Requisitos para a Eficácia da Sentença Estrangeira

Para que a sentença estrangeira tenha eficácia em outro país, é preciso observar alguns requisitos fundamentais. Em primeiro lugar, a sentença deve ser proferida por um juiz competente, em processo legal e com respeito aos direitos do acusado. Além disso, a decisão deve ser definitiva, ou seja, não pode mais ser objeto de recurso no país em que foi proferida.

Outro requisito importante é a observância do princípio da dupla incriminação. Isso significa que a conduta que deu origem à condenação no país de origem também deve ser considerada crime no país que vai executar a sentença estrangeira. A dupla incriminação é um princípio fundamental do direito penal internacional, e sua observância é obrigatória para que a sentença estrangeira seja executada em outro país.

Exemplos de Aplicação da Eficácia da Sentença Estrangeira

Um exemplo de caso que envolveu a eficácia da sentença estrangeira no direito penal foi o caso Battisti. Cesare Battisti é um escritor italiano que foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo envolvimento em quatro homicídios na década de 1970. Ele fugiu para o Brasil em 2004 e viveu no país até 2019, quando foi extraditado para a Itália. A extradição foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a validade da condenação de Battisti na Itália e determinou a sua entrega às autoridades italianas.
Outro exemplo é o caso do empresário Eike Batista. Ele foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por manipulação de mercado e teve a sua pena reduzida em 2018 de 30 para 8 anos de prisão. Porém, em janeiro de 2020, Eike Batista foi preso pela polícia federal em Nova York, nos Estados Unidos, a pedido das autoridades brasileiras. A extradição do empresário foi autorizada em março de 2021, e ele foi entregue às autoridades brasileiras em julho do mesmo ano. A decisão da Justiça americana de permitir a extradição de Eike Batista para o Brasil foi baseada no reconhecimento da validade da condenação dele no país.

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About the Author

Me chamo Mariana Carvalho, sou advogada, professora de Direito e autora publicada pela Editora Juspodivm. Eu te ajudo a passar na OAB!

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