Imunidades Parlamentares e Restrição em Estado de Sítio
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Imunidades Parlamentares e Restrição em Estado de Sítio

Direito Penal

Imunidades parlamentares e o estado de sítio no direito penal

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As imunidades parlamentares são prerrogativas concedidas aos membros do Poder Legislativo, com o objetivo de garantir a independência do Poder e a liberdade de expressão dos parlamentares no exercício de suas funções legislativas. Entretanto, em situações de crise institucional, como o estado de sítio, essas imunidades podem ser suspensas, o que gera discussões sobre os limites do poder do Estado e a proteção dos direitos fundamentais.

O objetivo deste artigo é discutir as imunidades parlamentares e sua relação com o estado de sítio no direito penal, trazendo exemplos para facilitar a compreensão do tema.

Imunidades Parlamentares

As imunidades parlamentares são garantias fundamentais previstas na Constituição Federal brasileira, destinadas a proteger a independência e a liberdade dos parlamentares no exercício de suas funções legislativas. São elas:

  • Imunidade material: garante que os parlamentares não possam ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis, a não ser que haja autorização da respectiva Casa Legislativa;
  • Imunidade processual: garante que os parlamentares não possam ser processados sem autorização da respectiva Casa Legislativa, exceto nos casos de flagrante delito;
  • Imunidade de opinião: garante que os parlamentares possam se manifestar livremente, sem sofrer sanções civis ou criminais.

Essas imunidades têm o objetivo de proteger a independência do Poder Legislativo e a liberdade dos parlamentares no exercício de suas funções, assegurando que eles possam representar seus eleitores sem sofrer pressões indevidas ou retaliações.

Imunidades parlamentares e o estado de sítio no direito penal

Estado de Sítio

O estado de sítio é uma medida excepcional prevista na Constituição Federal brasileira, que pode ser decretada pelo Presidente da República em situações de grave perturbação da ordem pública ou de ameaça à democracia. Essa medida prevê restrições aos direitos fundamentais, como a liberdade de locomoção, o sigilo de correspondência e a inviolabilidade do domicílio, e permite a suspensão de algumas garantias constitucionais, como a imunidade parlamentar.

A suspensão da imunidade parlamentar em caso de estado de sítio permite que os parlamentares possam ser processados e presos sem a autorização da respectiva Casa Legislativa. Essa medida visa permitir que o Estado possa agir de forma mais rápida e eficiente em situações de crise institucional, garantindo a segurança e a estabilidade do país.

Exemplos

Um exemplo de aplicação das imunidades parlamentares ocorreu em 2016, quando o então deputado federal Jair Bolsonaro foi acusado de incitação ao estupro em um discurso proferido na Câmara dos Deputados. Na ocasião, a Mesa Diretora da Câmara arquivou a representação contra Bolsonaro, alegando que a imunidade de opinião garantida aos parlamentares permitia que ele se expressasse livremente.                                  No entanto, em situações de estado de sítio, as garantias e imunidades parlamentares podem ser limitadas. Nesse contexto, o estado de sítio é uma medida excepcional adotada em situações de grave perturbação da ordem pública ou de calamidade pública, que tem como objetivo assegurar a manutenção da ordem e da segurança interna. Durante o estado de sítio, algumas garantias e direitos fundamentais podem ser suspensos ou restringidos, inclusive as imunidades parlamentares.
Por exemplo, se um parlamentar cometer um crime durante o estado de sítio, ele pode ser preso sem que seja necessário um processo de autorização da respectiva Casa Legislativa, como ocorre em situações normais. A Constituição permite, em caso de estado de sítio, a prisão em flagrante de qualquer pessoa que cometa crime doloso contra a vida ou a integridade física, o que inclui os parlamentares. Além disso, durante o estado de sítio, a suspensão da imunidade parlamentar pode ser decretada pelo Presidente da República, em casos específicos previstos na Constituição.
Outro exemplo que ilustra a limitação das imunidades parlamentares durante o estado de sítio é a possibilidade de intervenção federal nos estados ou municípios. Nessa hipótese, a intervenção federal tem como objetivo garantir a manutenção da ordem e da segurança pública, podendo inclusive restringir as garantias e direitos fundamentais, inclusive as imunidades parlamentares. Se um parlamentar cometer um crime durante a intervenção federal, ele poderá ser processado e julgado pela justiça comum, sem a necessidade de autorização da respectiva Casa Legislativa.

Em resumo, as imunidades parlamentares são garantias importantes para a proteção do exercício do mandato parlamentar e para a independência do Poder Legislativo. No entanto, essas imunidades não são absolutas e podem ser limitadas em situações excepcionais, como o estado de sítio ou a intervenção federal. É fundamental que sejam encontrados mecanismos que assegurem a proteção dos parlamentares no exercício de suas funções, sem prejuízo da ordem e da segurança pública.

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About the Author

Me chamo Mariana Carvalho, sou advogada, professora de Direito e autora publicada pela Editora Juspodivm. Eu te ajudo a passar na OAB!

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